domingo, 10 de abril de 2016

A vitalidade dos que seguem as metodologias de Laban

     Como os pioneiros que se ocuparam da vida interior da qual brotam as ações Rudolf Laban pouco publicou suas pesquisas sobre as correlações entre as ações corporais e os componentes para conscientização corporal, que chamou de espaço, tempo, peso, fluência e esforço. Na época foram nascidos da inquietude de Laban pelo vazio das criações artísticas destituídas de resultados conscientes entre corpo e espírito. E foi assim que desenvolveu sua notação de movimento que considera um ser indivisível que se move com consciência no mundo.
     Depois de Laban são encontrados métodos que se ocuparam da re-educação somática para a dança, como as revoluções de Thomas Hanna, a antiginástica de Therese Bertherat, a eutonia de Gerda Alexander, a anatomia emocional de Stanley Keleman, as cadeias musculares e articulares de Godelieve Denys-Struyf e as que considero como as Mestras da ampliação da consciência do movimento corporal, Angel Vianna e Maria Adela Palcos.
     Em se tratando da cena teatral posso citar técnicas que se ocupam da presença completa do ator-dançarino, a exemplo de Jerzy Grotowski, Constantin Stanislávski, e a antropologia teatral do Odin Teatret, com Eugenio Barba e Julia Varley.
     Mesmo com as controvérsias despertadas sobre domínio do movimento com profundidade e extensão Irmgard Bartenieff, discípula de Laban, deu continuidade às metodologias da labanotation fortalecida pelo seu trabalho no Instituto Laban-Bartenieff, metodologias que permanecem em uso nas diversificadas áreas do conhecimento que objetivam um corpo que esteja em conexão consigo e com o ambiente em que se localiza.
    Portanto, recomendo o workshop da performing artist Simone Ferro, do Departamento de Dança da Universidade de Wisconsin, em Milwaukee, mas nem por isso distante de suas raízes brasileiras. Simone simplesmente me procurou, no comecinho dos anos 1990 apresentada pela pesquisadora Izaurina Nunes, para conversas e práticas sobre minhas investigações a partir das matrizes populares maranhenses, curiosa pela diversidade do que havia visto.
     Seguindo o mestre Laban o movimento segue seu curso vital quando nos traz amizades que energizam o nosso viver.