terça-feira, 28 de novembro de 2017

O que faz a Velha Juju?



Narrativas de nossos ancestrais. 

Vejam só: a dramaturgia foi elaborada nas experiências com os intérpretes do Teatrodança e baseada nas vivências com crianças da educação infantil quando percebi relações entre o novo e o velho calcadas em estereótipos: velho não dança, não é alegre, não é comunicativo. E aí surge a Velha Juju! Com a Serpente Protetora, um dos dragões que fortalecem nossa humanidade, e neste ciclo que encerra o ano entra em cena a Tocadora Florista com as sonoridades das pastorais natalinas. Prodígio: da mala nasce o Menino que remete ao outro menino que não encontrou abrigo para nascer!



Convidados para estarem na Associação Maranhense de Escritores Independentes, sábado, dia 9 de dezembro, 16 horas. 
Criançada, vamos lá! 
Encenei, Eline Cunha fez direção sonora, e atuamos eu, ela e Alex Costa!  


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

São Luís em palavras

Lançamento na 11ª Feira do Livro de São Luís, 17 novembro, Cine Praia Grande, 19 horas
Palavra-corpo para falar do Projeto ILHADAS


Projeto Ilhadas, começa em 2012, quando a virginiana ilha completava 400 anos em abandono e descaso. Percebi, pelas confluências das vozes históricas, que o sentimento feminino contra a dor permanece no corpo e impossibilita dar continuidade ao ato de viver, o que me faria encarnar o que era silenciado. As notícias são atualizadas e impressas a cada nova apresentação, lidas pelo público, com contato imprevisto, via sensorial para a violência aniquiladora e denuncia a impunidade que vejo ser driblada judicialmente. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Vivendo Teatrodança digital


Ilustríssimas e ilustríssimos seguidores deste blog,

Espero que não julguem demasiado impertinente meu pedido para que divulguem o livro com possibilidades de compras on line. Mas espalhar a notícia pode ser experiência interessante para quem desejar!
Agradeço respeitosamente!   

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

EMBODIED 32

     When the actor-dancer recriates another body due to his attitudes , movements and voice, this new body is the on output mainly because of a transformation from his own tonus.
     Quando l'attore-ballerino recria un altro corpo con le sue attitudini, movimenti e la sua voce, questo corpo è prodotto di una trasformazione del suo proprio tono.
     Cuando el actor-danzarino recrea otro cuerpo por medio de sus actitudes, movimientos y su voz, este nuevo cuerpo es el producto de una transformación de su proprio tonus.     















sábado, 2 de setembro de 2017

Querida Julia

   Julia Varley, em seu livro "Pedras d'água", reclama seu direito de falar de feminilidade, aquela que não espera mas sai tecendo, sabe porquê? A maioria das histórias do teatro não só foi escrita por homens como também narra a experiência de diretores e dramaturgos.
   Mas, aqui estou eu. Subvertendo a lenda. Enchendo o saco de quem diz que sou "bailarina".                 Embora a atitude de escrevinhadora me canse bastante eu insisto. Por isso que o livro dança. Gira, roda, salta, saracoteia.
   Lá vamos nós. Eu, Thayliana Leite, Marlene Barros e Norma Fabiene. Tudo uma cambada de mulher danada. Sabe onde? Centro Cultural da Vale, até que enfim construído em São Luís do Maranhão. Sabe quando? Terça, 5 deste setembro ensolarado, sete da noite. Apelo para a curiosidade: não me chamo nem Igor, nem Marcelo, nem Lauande. Meu nome é Júlia, como da Varley, de quem sou discípula!
         Olha aí o saracoteio lá no Rio de Janeiro!
Centro Cultural da Justiça Federal

Faculdade Angel Vianna

Poesia simplesmente
    

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Solo de clarineta

 
 Nasci dançando. Por isso demorei para vir.
 E desde pequena gosto de apreciar a literatura de Érico Veríssimo. Terminei conhecendo de perto suas anotações gaúchas porque uma tia-mãe vive por lá sendo visitada quando consigo chegar...
 Arrumando os livros para viajarem me caiu nas mãos um pedaço do livro "Solo de Clarineta", verdadeiro lírio nestas épocas de atrocidades e injustiças que passamos.
 Como artista sou grão de areia na praia da escuridão. Obedeço o toque de clarineta de Veríssimo: acendo um toco de vela a despeito da náusea e do horror. Porque não vou desertar de meu posto, viu Érico? Continuarei falando das ilhadas, dos exterminados, dos excluídos, dos desvalidos. Risco fósforos repetidamente para dar nomes aos tiranos.
 As viagens se tornam deslocamentos que já me cansam, talvez porque me desloquei demais. Mas levarei o livro "Vivendo Teatrodança" para retornar às terras cariocas, parte inerente à esta minha vida. Contarei histórias aos seres de lá e participarei dos encontros, e desencontros, com as presenças nos lançamentos.
Pela acolhida já agradeço. A terra carioca exerce sua bondade! Levarei os tocos de vela para dançar as experiências nefastas e prazerosas. Tô chegando!                    

terça-feira, 11 de julho de 2017

Abençoado livro dançante

     Como este livro dança? 
     Compartilhando. Espalhando vidas. Vivendo Teatrodança.  
     E agora chega às mãos do precioso Lama Padma Santem, da linhagem Ningma do Budismo Tibetano. Fundador do Centro de Estudos Budistas Bodisatva dedica seu tempo e energia para trabalhar pela paz, compaixão e pelo diálogo inter-religioso e intercultural. 
     Considero que para uma artista da dança o corpo é receptáculo do mundo, material e sutil, com abertura cotidiana, sensível e perceptiva, pressupondo experimentações coletivas para retomar as questões políticas nas criações artísticas. O Grupo Teatrodança, que dirijo há três décadas, se posiciona quanto ao corpo como sendo imperativo de autenticidade, e quanto à cena como sendo condição para discussão dos problemas coletivos. 
      Aí está o que escrevo. A dimensão coletiva da corporeidade conectada com as forças ativas da vida. Esta e todas as outras que me forem possíveis!            

Lama Padma Santem, CEBB Darmata-Timbaúba/PE

O livro chega às mãos do Precioso Lama

Reconhece textos para a pedagogia da Escola Caminho do Meio

Agradecimentos pelas bençãos concedidas na investigação, no livro, na vida    

quinta-feira, 15 de junho de 2017

tudo o que investiga o choro da terra

https://www.youtube.com/watch?v=bw2Wj8z5Fxg&oref=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3Dbw2Wj8z5Fxg&has_verified=1
Porque a dor é permanente.
Porque para ir para outro local no corpo demora.
Porque quanto mais gente fala da dor mais ela se torna lúcida.
Porque dor é parte do contentamento.
Pode não estar na falsa alegria.
Pode não estar nas gargalhadas nervosas.
Pode não estar naqueles que só querem falar, falar, falar...
Sou regional.
Sou da aldeia.
Sou da tribo.
Sou da transformação.
 

domingo, 21 de maio de 2017

Seres que se tornam imortais pela sua vida com plena alteridade

    Emocionante ver pessoas que lembram com tanto carinho de meu irmão, único, especial, lutador, dedicado aos doentes, que ele não gostava que fossem chamados assim, parceiro dos processos do Grupo Teatrodança concedendo seus estudos e práticas, e sendo público de nossas estranhas danças...
    Ainda choro muito quando vejo algo dedicado a ele. Sentimento de Antígona carregando o corpo do irmão morto seguirá comigo até chegar em outros bardos...
    Agradeço pelos seres do IPUB e do Instituto de Psiquiatria produzirem este documento que ficará para as próximas gerações conferirem. Bravíssimo.
   João, irmão de toda a humanidade, se tornou imortal por si. Não é lindo um ser assim? Meu mais profundo amor!!!!


https://www.youtube.com/watch?v=V6lFmoRLbYo
João que é Ferreira da Silva como o bravo Lampião 



terça-feira, 4 de abril de 2017

Dance, dance...

                               Dance, dance, otherwise we are lost

Pina Bausch falou e disse.
Viveu e marcou presença. Para a experiência, que não é real nem durável, ela precisou do coletivo.
Co-irmã de Lygia Clark que em um de seus escritos afirma que se dissolve no coletivo, perdendo a imagem do corpo próprio individual. Na dimensão coletiva da corporeidade Pina se desmancha no Tanztheater: la danse, le lieu le plus intense de l'affirmation de soi-même, descreve Norbert Servos na temporada de Nur Du em Paris, 1997.
Aqui tenho o Teatrodança para corpos que se propõem a serem canais abertos para o universo. Por isso enquanto vou vivendo penso coletivamente e saio oferecendo processos e produções,
Convido para estarem junto no próximo sábado, dia 8 de abril, 10 horas, na Associação Cultural do Grupo Teatrodança, quando acontece a oficina Corpo e Impermanência- especificidades corporais e sonoras com matrizes poéticas brasileiras sobre o épico teológico hindu Bhagavad Gita- diálogo para recuperação dos novos significados da virtude.           
Angelo Gonzaga, sentindo ossos. Foto Rafael Borges 
 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Mulherada, basta estender a mão


Somos nós que descemos aos Antigos? São eles que nos apanham? Tanto faz. Basta estender a mão.

Christa Wolf, controversa crítica, novelista e ensaísta alemã, quando assume posição de alerta para as consequências econômicas e sociais da "reunificação", e ressaltando como a cegueira forma um sistema fechado a celebrada autora nos mostra a figura de nome mágico que em si faz convergir os tempos em doloroso processo. A MULHER BÁRBARA.
As ancestrais que me fizeram ser o que sou. Se formos pensar em termos das premissas dramatúrgicas elas estão nas duas recentes criações, Ilhadas e A terra chora. 
No dia da mulher que luta homenageio as inúmeras criadoras que possuíram a chave que abre todas as épocas!
Ilhadas, 2012-foto Tereza Trabulsi

A terra chora, 2017-foto Rafael Borges
Ilhadas, hoje 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Para Mateus

Mostra AMDA, 1982. Eu, Itaércio, Jorginho e Totó



Sentir-se como uma madeira que cupim não rói.

Pertenço à tribo que dança. O termo tribo remete às comunidades indígenas em que cultura e vida não são vistas como separadas. Assim, compreendo e exerço a vida. Viva Artaud!
 Este trabalho, apresentado na Mostra da Associação Maranhense de Dança, foi dedicado para Mateus, junto com as crianças que nasceram na mesma incerta época e que não sabíamos o futuro...Título: para quem fizer trinta no ano 2000    
    Será que conseguiram fazer do corpo um local que permite a energia circular e se movimentar pelos afetos que giram no mundo?

Passemos ao segundo instante.

Bordar a terra. Painel de "A terra chora"
 
A tessitura do material cênico sendo percebido como prática de improvisação associada à criação coletiva.
Só que a foto foi tirada pelo mesmo Mateus, o menino que esperava a finalização de ensaios, aulas, seminários, mostras, etc e tal, e continua como público em todos os espetáculos.
Por isso que cupim passa ao largo. Quando escolhi conjugar arte e vida, estética e política, e consegui manter a radicalidade de comportamento me sinto como Fogo. Entre o céu e a terra. A dança, o cuidado, o amor pelo mundo. Eu prefiro ser "uma metamorfose ambulante". Viva Raul!