quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Morta de fome, mas consegui financiamento!


      Ora, ora.
 Sou diretora, atuadora, pesquisadora e educadora em coletivo que sobrevive por mais de três décadas em mercado ainda emergente para as artes do corpo porque acredito que as desilusões e os modismos não abatem a coletividade pela força de suas investigações.
 A construção de dramaturgias do corpo, nas cenas e nas pedagogias, como objeto das pesquisas do Grupo Teatrodança me fez sobreviver e configurar o erudito e o popular com a cultura assumindo concepções complementares.
 Digo que a estratégia inovadora para comportamentos pacíficos, ‘Meninilha’ e ‘Ilhadas', trazem organicidades que se encarnam para falar da violência contra o sentimento feminino, seja nos seres ou nas identidades transitórias. A trilogia se reporta não simplesmente ao gênero, e sim à emoção compassiva que está presente em todos os seres humanos. A perda irreparável deste sentimento nos faz mergulhar em mundos individualistas e perder a energia que move as ações criativas, afetivas e coletivas.
 No livro ‘LulaLivre’ o escritor Ferréz diz como a ‘boa artista morre de fome mas não lambe bota do estado’. Por isso entro em editais públicos. Minha alma permanece. A carne fica incólume.
 No Edital Prêmio Literário da Secretaria da Cultura do Maranhão a dramaturgia que se intitula com os nomes das mulheres trancafiadas e torturadas, as desgraçadas Quitéria e Inês, recebeu o financiamento para que a publicação do livro e a produção do espetáculo seja materializada. O mestre zen Kaz Sensei me ensinou como milagres acontecem a cada momento. Irei multiplicar o valor, embora esta ação precise se fortalecer urgentemente no ideal de nação.    
 Caríssimo Marc Ferréz, estou conseguindo salvar lembranças para as gerações posteriores. 
 Para que na lembrança delas as Quitérias e Inêses não se diluam. Quem sabe as Júlias fiquem na memória?    
Prêmio Apolônia Pinto-Peça Teatral 20/12/2018

Vamos ao prêmio 20/12/2018

Narrativas sobre a trilogia 20/12/2018