Ela se chamava Inês Etienne Romeu. |
Tatiane Soares, exercício, março 2019 |
Eu e Tatiane, personagens título |
Durante os 96 dias em que esteve presa, Inês foi torturada, humilhada e estuprada, com três tentativas de suicídio durante o cárcere. Só foi libertada quando fingiu concordar com dois de seus algozes para trabalhar como infiltrada para o Centro de Informações do Exército. Libertada, doente, foi jogada na casa de uma irmã, em Belo Horizonte, sendo levada pela família a um hospital, onde sua prisão foi oficializada. Condenada à prisão perpétua, ficou presa até 1979, quando tornou público todo seu martírio.
Nesta semana o livro passou pela criteriosa revisão da escritora e mediadora Talita Guimarães, que além do trabalho me presenteou com crítica sobre “Quitéria & Inês”, e compartilho com vocês, pois é fortalecedor para que novas dramaturgias surjam.
‘Parabéns pelo belo e forte trabalho, que
exigiu muita coragem e disposição para ir fundo nas pesquisas e ser capaz de
transformar em uma voz artística tão potente e necessária, que não só evoca a
força de todas as mulheres massacradas ao longo da história, como as mantém
presentes nessa luta diária por justiça e humanidade que temos
travado. Tanto a pesquisa quanto o roteiro do espetáculo me comoveram
muito pelo resgate histórico, que reflete o compromisso com a batalha
contra o esquecimento e apagamento, trabalho que quando a arte executa tão bem
como a que você produz, conversa exatamente com o nosso lugar sensível que
aprende a transformar essas realidades.’