terça-feira, 23 de outubro de 2018

Que a caminhada não se acabe

Eline Cunha com Rebeca, Hospital Materno Infantil

Eu mesma, maracá e nenês
  












Na montagem ‘A terra chora’ relatamos o conviver, o estar junto ao coletivo Tremembé na sua faixa de terra no município de Raposa, região metropolitana da capital maranhense, sem aldeia, mas com núcleo de resistência atuante, e tecemos vivências para compreendermos possibilidades de uma estética fora do corpo colonizado. A lógica Tremembé é pautada nos saberes ancestrais, por suas lideranças, com modo de vida próprio, que inclui comportamentos compassivos tais como “os artistas almoçam mesmo quando a comida é pouca...”

   Continuamos o processo ao cuidarmos da condição sensível do corpo em ‘Popotitodó”, encenando as noções de corpo próprio, quando conseguimos perceber que os infantes e as crianças chegam... As crianças desabituadas de elementos estéticos longe dos modelos copiados assumem iniciais posturas de enojo, complexa rede de ações, contextos, e concepções específicas das produções que se ocupam das formas.
Hipopótamo e Placenta, personagens múltiplos 
    
     No entanto, milagres são cotidianos e a sensibilidade ainda está tendo presença potente. Pergunto-me se continuará com a próxima semana sendo decisiva para os corpos própriosPara nossos infantes o que lhes aguarda? Uma investigação na busca de estética descolonizada ou a pesquisa-ensino-extensão se transformarão em cópias?
    Que o espírito compassivo da comunidade Tremembé consiga derrotar o obscurantismo.