Eline Cunha com Rebeca, Hospital Materno Infantil |
Eu mesma, maracá e nenês |
Na montagem ‘A terra chora’ relatamos
o conviver, o estar junto ao coletivo Tremembé na sua faixa de terra no
município de Raposa, região metropolitana da capital maranhense, sem aldeia,
mas com núcleo de resistência atuante, e tecemos vivências para compreendermos possibilidades
de uma estética fora do corpo colonizado. A lógica Tremembé é pautada nos
saberes ancestrais, por suas lideranças, com modo de vida próprio, que inclui
comportamentos compassivos tais como “os artistas almoçam mesmo quando a comida
é pouca...”
Continuamos o processo ao cuidarmos da condição sensível do corpo em ‘Popotitodó”,
encenando as noções de corpo
próprio, quando conseguimos perceber que os infantes e as crianças chegam...
As crianças desabituadas de elementos estéticos longe dos modelos copiados assumem iniciais posturas de enojo, complexa rede de ações, contextos, e concepções específicas
das produções que se ocupam das formas.
Hipopótamo e Placenta, personagens múltiplos |
No entanto, milagres são cotidianos e a
sensibilidade ainda está tendo presença potente. Pergunto-me se continuará com
a próxima semana sendo decisiva para os corpos
próprios. Para nossos infantes o que lhes aguarda? Uma investigação na busca de estética descolonizada ou a pesquisa-ensino-extensão se transformarão em cópias?
Que o espírito compassivo da comunidade Tremembé consiga derrotar o obscurantismo.
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