terça-feira, 6 de novembro de 2018

Autenticidade imperativa


 
Nesta vida persisto como uma virose dançante. E ainda consigo forçar entendimentos para serem pensados. Por exemplo, quando trabalhei com Julia Varley, mestra maior do teatro antropológico, percebi sua briga pelo lugar feminino da dramaturgia, e comprei a briga. Basta observar na ilha onde escolhi viver até agora (períodos obscuros nos aguardam...)
Para sobreviver faço parcerias com quem aceita. Passe os olhos em nossa trajetória e vai encontrar artistas de variadas procedências e vivências. No próximo mês retornaremos ao LABORARTE, passos iniciais dados em 1977 quando estive na fundação, e agora pelas mãos de Rosa Reis e suas filhas multiculturais.    
No final dos anos 1990 fechei a Oficina do Corpo e corri mundos. De lá para cá trabalho em periferias. Quando a Oficina foi fechada coreografamos Vladimir Maiakovski para dizer como necessariamente todo dia o sol se levanta, e com Gregório de Matos montei o trabalho Espirais, 2004, considerando a cena para discussão dos problemas coletivos.
A tristeza em perceber atitudes de fuga, apatia, desmonte. Sem forças contra o poder do capital, que nos tornou um país dependente, leiloado, destruído, espoliado.
Na atualidade perseveramos vendo o martírio das culturas que salvam. O imaginário das crianças preservados, sem lamentações. Se somos embragadas hoje, amanhã se dança nua; se põe tarja se coreografa de novo. A cena para além da representação.
Minha compaixão irada vai quem produz mediocridades.   
Mulher bárbara é o nosso tempo que se abate sobre nós, na trilha de Christa Wolf, e sou uma. Porque virão outras depois de nós...

Janela Cultural bloco 1
https://www.youtube.com/watch?v=J0-iGaJSABA&t=41s

Janela Cultural bloco 2
https://www.youtube.com/watch?v=mR0RbAlDxK8&feature=youtu.be

Em agosto deste ano jupiteriano, como boa leonina, ganhei esta conversa registrada pela Universidade FM, a rádio que toca a nós todas.   



                     

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