Quitéria & Inês publicação aclamada
por The Magdalena Project segue para seu terceiro lançamento, depois do teatro
Arthur Azevedo, secular casa de espetáculos e atualmente enfatizando montagens
farsantes e burlescas, e seguido pela 13ª Feira do Livro de São Luís, que
necessita urgente de revisar seus modos de produção...
O pensamento do corpo artista considera por onde ele está e os encontros
que o constroem. O motivo para adotar um procedimento na investigação artística
se deu por meio da experiência apresentada em trilogia com trabalho inicial
“Meninilha”, em 2012, sobre os desaparecimentos de meninas fundamentados em
arquivos da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH). Em seguida, veio
“Ilhadas”, em 2014, uma provocação do dilaceramento social das meninas que
somem, das mulheres que choram porque ficaram e como os meios para liberação
comprometem o público na definição. Sendo que sou uma artista do corpo e da
cena são escolhidas performances que encarnem os ideais libertários do livro,
quando o sentimento compassivo e amoroso se contrapõe à violência desmedida contra
o sentimento feminino, atualidade vigente no continente sul americano.
Há no livro, abrindo a cena de número quatro, uma citação de Sua
Santidade o Dalai Lama que tão bem sintetiza as pretensões do livro Quitéria & Inês. Na obra The Path to Tranquility, estão os Oito poemas
para treinar a mente, o Sopro que perpassa divinamente a matéria, a carne:
Quando encontrar pessoas de má índole,
Dominadas por atitudes violentas, negativas, e por sofrimentos,
Serão as que prezarei como raras,
Como se encontrasse um tesouro precioso.
A escolha do arame farpado, materialidade da memória histórica da dor,
tocou pessoas sem machucá-las, na cafeteria do teatro, em setembro. Na Feira do
Livro, em outubro, foi encarnada a identidade, que sem condições de gênero ou
raça, nos torna seres irmanados no coletivo da paz.
Agora, em dezembro, na Associação Maranhense da Escrita Independente, propomos
gestuais de solidariedade com a materialidade do papel, mudras compassivos, em
círculo movente, com sonoridade das Canções do Divino Mestre, a louvação
interpretada por Walter Franco, que partiu para outros bardos neste ano, mas
artistas, imortais que somos, ele seguirá ofertando sua interpretação da Bhagavad
Ghita.
Lembram do filme ‘A festa de Babette’, dirigido pelo dinamarquês Gabriel
Axel, em 1987? A arte é o alimento que nos liberta da nossa cegueira coletiva e
nossa própria cegueira.
Quem ler este convite e tiver interesse pelo livro faça contato.
Se o
interesse for levar o lançamento para coletivos de mulheres faça contato que eu
arrumo jeito de chegar lá. Livros lançados fora dos guetos literários...
Primeiro lançamento
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Telma Lopes, artista das ilustrações |
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Ana Maria José, pesquisadora |