quarta-feira, 19 de junho de 2019

Salve a Tânia do Ói Nóis

Eu e Tatiane Soares, nas personagens 

O desencontro com Tânia nos permitiu ir reconhecendo coletivos que estavam trabalhando em conjunto com sua tutoria, imperiosa em períodos de bostas como o Alvim, surgido do nada. Persistir, ação continuada. O Dalai Lama fala que não há dúvida sobre a possibilidade de uma qualidade que está dentro de nós, que se chama prajna.  Podemos negar tudo exceto o fato de que temos a possibilidade de sermos melhores. O Teatrodança está fadado a desaparecer, eu mesma estou ficando velha e cansada. Mas estamos tendo nossa possibilidade de atuarmos com uma inteligente tutora-parceira-amiga-carinhosa-lutadora-guerreira. Que presente pleno de futuro!         

Tânia Farias, a memoriosa em 'Desmontagem'
Quem chamou Tânia de memoriosa foi Valmir Santos, jornalista e editor do site Teatrojornal. Porque ela valoriza a inquietude estética em paralelo ao pensamento crítico. Ao narrar alteridades a atuadora feminista tece cuidadosamente as gêneses, as durações, as chegadas. A contração total da carne acessaria a afetividade dos ossos. Tânia Farias com suas contundentes observações está acumulando ações talvez nem pensadas por ela, está nos exigindo transitar incansavelmente pelos pedaços de nossos corpos para que as atuações que ofertamos às cenas de Quitéria e Inês se comprometam com ações permeadas por loucuras de potências. Puxa Tânia, que as bruxas loucas transbordem em nossas almas. Puxa Tânia, que nosso sangue agitem os ossos. Não haverá cansaço, nem desistência. O mais incrível é viver para fazer outras nascerem como artistas. Eu e Tatiane, e milhares de outras mais, agradecemos sua possibilidade de existir.                

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