domingo, 21 de setembro de 2014

Meninos em terras impuras

       
Este ato cênico é para todo indivíduo, jovem ou não, que se sensibilize com propostas integradoras que possam alterar os rumos da vida neste planeta, na crença de que cada ser humano é um canal de vida e um potente processador ambiental, fortalecendo e enriquecendo a rede vital pela sua diversidade
         As intensas transformações que a humanidade vem sofrendo ao longo de sua existência acabaram por trazer para este século mazelas com as quais a sociedade atual tem de lidar. Diante disso, Júlia Emília propõe ao leitor uma reflexão sobre o papel do ser humano no contexto da natureza e da vida em comunidade. Pela linguagem da dramaturgia, a autora busca conversar principalmente com a juventude de hoje, conjunto de indivíduos que ela considera chave para a ressignificação das nossas relações com o planeta e com o outro à nossa volta.     
      Os desenhos de Virgínia Costa sugerem que nos voltemos para nossa origem, a nossa essência. A artista nos inspira a resgatar o olhar generoso sobre nós mesmos, perdido, talvez, na velocidade em que levamos a vida nesses dias contemporâneos.
       Para narrar uma fábula contemporânea sobre dois jovens que, ajudados pelos seus conhecimentos ancestrais sobrevivem ao alagamento da Ilha de São Luís, a ideia se baseia no singspiel, forma intermediária entre ópera e comédia, em que Bertold Brecht se apoia para criar seus curiosos musicais, a exemplo de A Ópera de Três Vinténs.
A trama geral envolve o feminino e o masculino como princípios da ordem do ser. Para balançar a alma do jovem público na construção das cenas estão presentes sonoridades atuais, com letras provocativas, constituindo para as dramaturgias a matéria de uma ampla concepção de mundo. Assim ocorre com o teatro didático brechtiano em que a música, em vez de apoiar, deve interromper a ação e nunca dificultar o entendimento do texto. A jovem plateia, em lugar de ser pressuposta como constituída por seres conhecidos e fixos, torna-se objeto de pesquisa, conjunto de seres em processo que estão habilitados para transformar o mundo.
Para além de ser lido, Meninos em terras impuras é um ato dramatúrgico para ser experimentado.  
A identidade da geleia geral brasileira se enriquece quando se agrega à noção de que somos uma etnia milenar. Acreditamos que as novas gerações, com a imaginação da liberdade, possam alçar esta cultura como esteio às ações dos sujeitos no universo.
    
                  Ficha Técnica
Autora: Júlia Emília
Ilustrações: Virgínia Costa
Edição: Luciana Figueiredo/ A Florista Editorial
Assessoria nos conteúdos: José Ribamar Martins, diretor do Centro de Cultura Oriental Ozaka, e Laís de Moraes Rêgo Silva, Mestre em Biodiversidade e Conservação.
Publicação: Livros Ilimitados Editora/Rio de Janeiro

Livraria Cultura (venda on line)



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